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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Um Feliz Natal a todos


Dividir é somar realizações quando podemos fazer do coração do outro uma casa iluminada com as luzes da oração e do pouco ou do muito que temos para oferecer.  Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Que o Menino Jesus faça morada em seu coração, irradiando-o com sua luz e seu amor. 

FELIZ NATAL E BOAS FESTAS!!

Sandra Regina

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O Dia de Natal


Um aldeão russo, muito devoto, constantemente pedia em suas orações que Jesus viesse visitá-lo em sua humilde choupana.

Na véspera do Natal sonhou que o Senhor iria aparecer-lhe. Teve tanta certeza da visita que, mal acordou, levantou-se imediatamente e começou a pôr a casa em ordem para receber o hóspede tão esperado.

Uma violenta tempestade de granizo e neve acontecia lá fora. E o aldeão continuava com os afazeres domésticos, cuidando também da sopa de repolho, que era o seu prato predileto.

De vez em quando ele observava a estrada, sempre à espera...

Decorrido algum tempo, o aldeão viu que alguém se aproximava caminhando com dificuldade em meio a borrasca de neve. Era um pobre vendedor ambulante, que conduzia às costas um fardo bastante pesado.

Compadecido, saiu de casa e foi ao encontro do vendedor. Levou-o para a choupana, pôs sua roupa a secar ao calor da lareira e repartiu com ele a sopa de repolho. Só o deixou ir embora depois de ver que ele já tinha forças para continuar a jornada.

Olhando de novo através da vidraça, avistou uma mulher na estrada coberta de neve. Foi buscá-la, e abrigou-a na choupana. Fez com que sentasse próximo à lareira, deu-lhe de comer, embrulhou-a em sua própria capa...

A noite começava a cair... Não a deixou partir enquanto não readquiriu forças suficientes para a caminhada. E nada de Jesus!

Já quase sem esperanças, o aldeão novamente foi até a janela e examinou a estrada coberta de neve. Distinguiu uma criança e percebeu que ela se encontrava perdida e quase congelada pelo frio...

Saiu mais uma vez, pegou a criança e levou-a para a cabana. Deu-lhe de comer, e não demorou muito para que a visse adormecida ao calor da lareira.
Cansado e desolado, o aldeão sentou-se e acabou por adormecer junto ao fogo. Mas, de repente, uma luz radiosa, que não provinha da lareira, iluminou tudo!

Diante do pobre aldeão, surgiu risonho o Senhor, envolto em uma túnica branca! - Ah! Senhor! Esperei-O o dia todo e não aparecestes, lamentou-se o aldeão...

E Jesus lhe respondeu: "Já por três vezes, hoje, visitei tua choupana: O vendedor ambulante que socorrestes, aquecestes e deste de comer... era Eu! 

A pobre mulher, a quem deste a capa... era Eu! E essa criança que salvaste da tempestade, também era Eu..."

"O Bem que a cada um deles fizeste, a mim mesmo o fizeste!"


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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A Visita de Jesus

Agradecemos pela preferência o ano todo.
Foi na noite de Natal. Um anjo apareceu a uma família muito rica e falou para a dona da casa.       
- Trago-te uma boa notícia: esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa!


Aquela senhora ficou entusiasmada. Jamais acreditara ser possível que esse milagre acontecesse em sua casa. Tratou de preparar um excelente jantar para receber Jesus. Encomendou frangos, assados, conservas, saladas e vinhos importados.


De repente, tocaram a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito.
- Senhora, - disse a pobre mulher, - Será que não teria algum serviço para mim? Tenho fome e tenho necessidade de trabalhar.


- Ora bolas! - retorquiu a dona da casa. - Isso são horas de me vir incomodar? Volte outro dia. Agora estou muito atarefada com um jantar para uma visita muito importante.


A pobre mulher retirou-se.  Um pouco mais tarde, um homem, sujo de óleo, veio bater-lhe à porta.        - Senhora, - disse ele,  - O meu camião avariou aqui mesmo em frente à sua casa. Não teria a senhora, por acaso, um telefone para que eu pudesse comunicar com um mecânico?


 A senhora, como estava ocupadíssima em limpar as pratas, lavar os cristais e os pratos de porcelana, ficou muito irritada.


- Você pensa que minha casa é o quê? Vá procurar um telefone público... Onde já se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuide para não sujar a entrada da minha casa com esses pés imundos!


E a anfitriã continuou a preparar o jantar: abriu latas de caviar, colocou o champanhe no frigorífico, escolheu, na adega, os melhores vinhos e preparou os coquetéis.


Nesse momento, alguém lá fora bate palmas. “Será que agora é que é Jesus?” -pensou ela, emocionada. E com o coração a bater acelerado, foi abrir a porta. Mas decepcionou-se: era um menino de rua, todo sujo e mal vestido... 
- Senhora, estou com fome. Dê-me um pouco de comida!


- Como é que eu te vou dar comida, se nós ainda não jantámos?! Volta amanhã, porque esta noite estou muito atarefada... não te posso dar atenção.


Finalmente o jantar ficou pronto. Toda a família esperava, emocionada, o ilustre visitante. Entretanto, as horas iam passando e Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a tomar aqueles coquetéis especiais que, pouco a pouco, já começavam a fazer efeito naqueles estômagos vazios, até que o sono fez com que se esquecessem dos frangos, assados e de todos os pratos saborosos.


De madrugada, a senhora acordou sobressaltada e, com grande espanto, viu que estava junto dela  um anjo.
- Será que um anjo é capaz de mentir? - gritou ela. - Eu preparei tudo esmeradamente, aguardei a noite inteira e Jesus não apareceu. Por que é que você fez  essa brincadeira comigo?


- Não fui eu que menti... Foi você que não teve olhos para enxergar. -  explicou o anjo. - Jesus esteve aqui em sua casa  três vezes: na pessoa da mulher pobre, na pessoa do motorista e na pessoa do menino faminto, mas a senhora não foi capaz de reconhecê-lo e acolhê-lo em sua casa”.


Fonte: Cacores
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Porque as pessoas ficam tristes no Natal


Já chegava o final do ano, e as pessoas já traziam nos olhos aquele ar de imenso cansaço de quem vê mais um tempo se fechando na própria vida.

A menina tinha aquela estranha argúcia das crianças, para quem alguns detalhes da vida nunca passam despercebidos.

- Vó?

- Oi!

- Por que as pessoas ficam tristes no Natal?

A Vovó estava tomando se café, e quase engasgou com a pergunta. Essas conversas a gente sabe como começam, mas como vão terminar...

- Por que você esta perguntando isso, meu bem?

- Porque eu vejo, Vovó. No Natal, parece que só tem gente feliz dentro da televisão.

Mal pode conter o riso, da inteligência vivaz daquela menina.

- Sabe, querida, acho que as pessoas confundem um pouco as datas.

- Como assim?

- Algumas pessoas confundem o Natal com o Dia de Finados. Você sabe o que quer dizer o Dia dos Mortos?

Olhou para ela com aquela cara de mais ou menos.

- No dia de Finados, lembramos das pessoas que não estão mais aqui nessa dimensão com a gente. Visitamos, levamos flores e conversamos com essas pessoas que moram em nossos corações, mesmo tendo partido de nosso convívio.

- Você vai visitar o Vovô no dia dos Mortos, não é, Vovó?

- Sim, meu bem, eu vou fazer uma visita para ele em meu coração. Converso, conto as novidades e fico com saudades das conversas que eu tinha no alpendre com seu avô.

- Por que você não vai ao cemitério, como todo mundo?

- Porque eu combinei com seu avô que iria encontrá-lo aqui na varanda, no alpendre, no pomar, nos lugares em que o nosso amor ainda está lá, vibrando, como uma música ...

A menina era curiosa mas não inconveniente. Percebeu que a Vovó estava muito emocionada e não queria vê-la chorar.

A Vovó, como sempre, adivinhou seus pensamentos.

- Pode continuar perguntando as coisas, meu bem... A Vovó se emociona um pouco mas agüenta o tranco...

- Vó?

- Oi!?

- O que tem a ver o Finados com o Natal?

  - Algumas pessoas ficam tristes no Natal porque se lembram dos entes queridos que não estão mais ali. Olham para as mesas, as comidas, a árvore de Natal e só conseguem lembrar de festas antigas, onde a casa estava cheia, os filhos eram pequenos e a vida era mais simples. Vai passando o tempo e as pessoas ficam com essa coisa, essa doença de fim de ano que se chama Antigamente-que-o-Natal-era-bom, e ficam suspirando na mesa com saudade de outros tempos, outras épocas. Isso que é um Natal-Finados, meu bem. Um Natal em que as pessoas ficam todas tão preocupadas com as perdas que não notam o encanto das crianças com o Papai Noel, nem a graça de mais uma ver reunir os vivos e aproveitar quem está ali em vez de pensar em quem partiu.

- E por que as pessoas tem saudade no Natal e não no dia de Finados?

- Acho que porque as pessoas acham feio ter um dia para a tristeza, meu amor. Acham que devemos ter datas só para alegria. Mas até o Carnaval tem a Quarta-Feira de Cinzas para a gente ficar triste...

A menina coçou a cabeça, o que era sempre um sinal de que iria desfechar uma daquelas perguntas sem resposta que a Vovó temia.

- Mas, Vó?

- Fala...

- Por que as pessoas tem que ficar felizes no Natal?

Pronto. Inverteu a pergunta, pensou a Vovó.

- Você falou que as pessoas só ficam felizes na televisão.

- Isso.

- Bem, minha querida, tem uma alegria de plástico na televisão. Uma alegria de Loja de Departamentos que não tem nada a ver com o Natal. Isso também deixa as pessoas muito tristes.

- Por que?

  - Porque elas olham aquelas pessoas rindo, as famílias numerosas e felizes, as mulheres magras e maravilhosas, os homens lindos e seguros de si, envolta de Papais Noel gordos e sorridentes e pensam: os outros tem um Natal muito melhor do que o meu...

- E para que serve isso, Vovó?

- Para vender coisas, querida. Para as pessoas confundirem o Natal com os presentes, o que também é uma bobagem. Dessa vez foi a Vovó que coçou a cabeça.

- Pituca?

- Oi!

- Sabe, tem gente que nem lembra que o Natal comemora o nascimento de Jesus. Olham para o Presépio e acham que é um enfeite folclórico, com uma criança cercada de vacas e ovelhas. As pessoas perderam o sentido de Natal, meu bem, por isso não sabem mais se ficam alegres ou tristes nessa época. E você sabe qual uma das maiores graças do Natal, meu bem ?.

- Qual?

- Esperar por ele. É uma delícia esperar pela festa.

- Mas...

- O que?

- Eu vou ter que esperar muito?

- Não. O Natal já está bem pertinho..

- Mas...

A Vovó olhou com cara de que não-tem-mas-nem-meio-mas. A menina entendeu. Mas não deixou a velha senhora sem uma última pergunta.

- Vó?

- Oi!

- Quando você morrer, meu Natal vai ficar triste?

A Vovó aconchegou a menina, que já tinha algumas lágrimas querendo sair.

- Você vai ficar feliz, pois o amor que a Vovó sente por você vai estar vibrando, como uma música, envolta da árvore. É lá que eu vou te encontrar, combinado?

- Combinado.

A menina teve uma estranha sensação, como se um rena tivesse passado pela janela.

  Devia ser um sonho de Natal.

Fonte: Sorria

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Os Magos que não chegaram a Belém – Luísa Dacosta

Reprodução

Há sempre os que conseguem e os outros. Os que ficam pelo caminho. Com os magos aconteceu o mesmo. Só três – os reis Baltasar, Melchior e Gaspar – chegaram a Belém e deixaram os seus presentes, de ouro, incenso e mirra, aos pés do Menino. Mas os magos, sacerdotes que estudavam o céu e os seus astros, eram muitos. E outros se puseram a caminho, seguindo aquela estrela, súbito, nascida no firmamento e mais brilhante do que todas as outras que aqueciam a noite.
Desses, três sacerdotes da Caldeia, adoradores do sol e da natureza, porque dela se sentiam dependentes, decidiram também partir juntos para melhor enfrentarem os perigos de uma viagem, sem estrada conhecida, na esperança de alcançarem a Luz que aquele sinal anunciava. Não eram reis, nem tinham coroa, nem sequer montada de camelo ou burrinho manso. Também não levavam presentes, apenas a ansiedade dos seus corações. E, confiantes, abandonaram as margens verdes do Eufrates, o trilho conhecido das caravanas e, guiados pela estrela, puseram-se a seguir a liberdade dos caminhos, crentes de que a força da esperança e da fé (não conheciam ainda o Amor) lhes permitiria chegar. Onde? Não sabiam. Mas lá, junto daquela Luz que havia de transformar o mundo, de águas transparentes, fulvos desertos varridos pelo vento e frescos oásis, que reflectiam o azul entre o verde nas palmeiras, no paraíso, aonde os homens ansiavam regressar. E nessa esperança caminhavam. Não por carreiros atapetados pelo musgo dos presépios, que vieram séculos depois, e se nos tornaram familiares, na infância, com seus trilhos fáceis de serrim, lagos-espelhinhos onde nadavam patos, anacrónicas gentes quotidianas: lavadeiras, vendedoras de castanhas e galinhas, pastorzinhos de gado tresmalhado por veredas, cortadas por mudos riachos de papel prateado. Também não caminhavam por entre as sombras frondosas e frescas, com possibilidade de pousada em palácios e castelos, como quis a pintura e os seus mestres. Caminhavam pelo silêncio, com a sua fome e a sua sede, o calor do dia e o frio das noites, solitárias. Palmilhavam o oceano das dunas do deserto, à luz da lua, como se o fizessem pelo pó de todas as clepsidras do tempo. E nem sequer dormiam num leito, irmanados pelo mesmo lençol de pedra, como o românico fixou os outros três, mais conhecidos, com as suas coroazinhas na cabeça. Enrolavam-se apenas no sono que os descansava do cansaço dos dias e lhes dava novas forças, que refaziam com a água e as tâmaras dos oásis, o pão e os figos secos que tinham trazido.
Às vezes, quando o olho do sol se tornava ígneo ou paravam para uma refeição ou um descanso, discutiam a direcção que vinham a seguir.
— Não vos parece que a estrela aponta a Judeia? — perguntava um.
Os outros, incrédulos, pensavam secretamente se haveria alguma coisa a esperar de um povo escravizado pelos romanos e encolhiam os ombros.
— A mim parece-me antes o Egipto o rumo indicado — atrevia-se o mais novo. — E a vós?
— É ainda cedo para uma certeza, mas em breve o saberemos…
E retomavam a caminhada até pela noite dentro – a estrela sempre adiante, lanterna que os não deixaria perder. Duas noites de névoa, porém, esconderam-na aos seus olhos, ansiosos. E então, desorientados, disputaram azedamente, perdidos e sem rumo. Todavia, na terceira noite, a estrela reapareceu, mais cheia de brilhos, como se no seu bojo houvesse mil reflexos de espelho. Quem, conhecendo a Luz, deseja continuar nas trevas? Nem sentiam o cansaço, a língua encortiçada pela sede, o olhar enceguecido pelas tempestades de areia, o ventre cavado pela marcha e pelo magro alimento. A esperança, serpente de água, a esgueirar-se, fugidia, entre os juncos, tinha regressado aos seus corações.
A noite do solstício aproximava-se e eles estavam certos de que, se aquela Luz anunciava algum acontecimento, ele teria lugar na noite sagrada, pois o sol era a alegria e o pão da terra. E, ao mesmo tempo, não podiam deixar de sentir uma certa inquietação em face daquela claridade que aumentava de brilho como a anunciar uma Outra que apagaria a do próprio astro de que eram adoradores. Seria realmente aquela a Luz que tornaria o mundo de manhãs claras, tardes ardentes e noites estreladas, mais perfeito, menos rasgado por ódios, guerras e injustiças? Quem podia ter a certeza? Do que parecia não haver dúvidas era de que a estrela indicava a Judeia. Tinham de render-se à evidência. E nessa direcção seguiam agora, os pés já feridos do caminho, cada vez mais áspero e pedregoso. Mas, mesmo forçando a marcha e lutando contra o tempo e o cansaço, a noite desejada encontrou-os à boca do Mar Morto e a estrela fazia jorrar a sua cratera de brilhos mais para além, mais para o norte. Exaustos, não podiam seguir adiante. Mas o cristal de miríades de luzeiros, que pareciam mais belos e mais luminosos no silêncio suspendido do ar gelado, permitia-lhes procurarem uma gruta para se abrigarem e dormirem, antes de continuarem a jornada. E foi o que fizeram.
— Aqui! — gritou o mais jovem, que caminhava na dianteira.
Os outros, mais trôpegos e cansados, juntaram-se-lhe.
Era uma caverna escurecida pelo fumo das fogueiras dos pastores e que, embora vazia, parecia uma boca de forno, ainda quente do bafo dos animais.
— Escutem! — disse um deles.
À medida que penetravam na gruta, ouviam vagidos, que julgaram de animal ferido. Todavia, quando reacenderam o fogo, deparou-se-lhes uma criança recém-nascida, nua e roxa, a chorar de frio e fome.
— Quem teria tido a coragem de a abandonar?! — indignou-se o mais velho, que rasgou logo um pedaço de manto e a envolveu.
— Pobrezinha, como chora!
Os outros debruçaram-se também, carinhosos e solícitos, sobre o pequeno fardo. Depois olharam-se, perplexos. Que fariam? Podiam aquecê-la, protegê-la – mas como alimentá-la?
E foi então que ouviram, vindos do fundo da gruta, outros vagidos.
— Ide ver! — pediu o mais idoso, que se tinha sentado perto do lume, tentando aquecer a criança, enquanto a embalava, desajeitadamente, nos seus braços, nodosos e velhos.
Os outros juntaram uns gravetos secos e atearam-nos nos tições, acesos, e com aquela débil claridade varreram as sombras. No fundo da gruta estava uma ovelha, de úberes cheios e dolorosos, que lambia a sua cria morta. Era uma noite santa aquela. Ali estava a prova. E, contentes, arrastaram o animal até junto do companheiro e da criança. Depois, com muito jeito e devagar, enquanto um segurava o animal, o outro fazia pingar umas gotas de leite para a boquinha, que em breve se tornou sôfrega. Pacientes, continuaram a tarefa e viram-se recompensados. Aquecida e consolada, a criança aquietou-se. O mago que a tinha nos braços, como um avô, e os outros começaram a tratar da magra ceia e a assar, nas brasas, os figos secos que lhes restavam.
— Temos de regressar… — disse, então, o mais velho, depondo a criança adormecida num recôncavo largo de rocha, não longe do borralho.
— Assim terá de ser — concordou logo outro.
— Somos homens e sacerdotes e nunca seremos uma família para a criança. Temos de nos apressar a entregá-la a uma mulher piedosa que cuide dela e a eduque juntamente com os filhos.
— Sim, ou a uma mulher estéril para quem seja a bênção desejada — tornou o primeiro. — Mas isso resolveremos depois do regresso. O urgente é regressarmos.
— Regressar?! E a Luz que vínhamos a seguir? — protestou o mais novo, para quem era doloroso, depois de tantos trabalhos e canseiras, não levar a cabo o que se tinha proposto. — Desistimos assim da Luz que nos guiou até aqui? Desistimos, agora, quando estávamos já perto?
— Compreendo o que sentes, irmão, também já fui novo… Mas há a criança. Como poderemos abandoná-la?
— Sim… há a criança — e também o mais novo, que tanto se tinha esforçado por alimentá-la, se inclinou e sorriu para vê-la dormir.
— A Luz que vínhamos a seguir — ponderou ainda o mais velho — não poderá ser ocultada e dela teremos notícia. Lembremo-nos de que a Luz ilumina e nem mesmo as trevas podem escondê-la para sempre. O nosso caminho é o do regresso e será longo, pois teremos de nos revezar com a criança nos braços, embora seja já uma bênção termos a graça de um alimento que ainda sobrará para um gole de sede nosso. Descansemos, agora, enquanto dorme.
— Tens com certeza razão — concordou o mais novo, que também não se sentia capaz de recusar a criança, presente da noite santa e, quem sabe, daquela misteriosa Luz.
O braseiro consumia-se, lento, perfumado pelo açúcar dos figos assados nas brasas. A ovelha deitara-se junto da criança, aninhando-a na sua lã, também ela apaziguada, como se tivesse recuperado a sua cria. Uma paz despetalava-se no silêncio da noite e caía sobre a gruta.
Esta foi a história. Não adoraram o Messias, salvador, o que devia chegar para que a paz e a justiça florissem até ao fim das luas, o que teria compaixão do fraco e do pobre e havia de lançar a sua bênção sobre todas as raças, povos e línguas. O anjo do Senhor não lhes apareceu, nem foram envolvidos na sua claridade. Não ouviram cantar: «Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade».
Mas tinham vivido o Amor, essência daquela doutrina que ainda não tinha sido pregada e ninguém registara ainda. No mais íntimo dos seus corações tinham sentido aquela verdade: «O que fizerdes ao mais pequeno e ao mais ínfimo a Mim o fareis». E naquela noite, em que os animais falaram, as flores abriram o esplendor das suas pétalas nas trevas como se as entregassem à luz do meio-dia, e as pedras puderam deslocar-se para se dessedentarem nos regatos mais próximos, adormeceram com a criança aconchegada entre eles.
Longe, a estrela fazia descer a sua cascata de fogo sobre Belém de Judá.
Luísa Dacosta
Natal com Aleluia
Porto, Ed. ASA, 2002
Adaptação
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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Natal no Front e a História de São Nicolau

Acervo Pousada da Tonha

24 de dezembro de 1914, primeiro ano da Primeira Guerra Mundial... No front, a batalha é intensa e entra pela noite manifestando a bravura dos soldados nas trincheiras de ambos os lados. Inesperadamente, as fileiras alemãs param de atirar.
24 de dezembro de 1914, primeiro ano da Primeira Guerra Mundial... 

No front, a batalha é intensa e entra pela noite manifestando a bravura dos soldados nas trincheiras de ambos os lados. 

Inesperadamente, as fileiras alemãs param de atirar! Os contingentes franceses, surpresos, também fazem o mesmo e o silencio desce sobre o campo de batalha. 

De repente, os franceses percebem que, das trincheiras alemãs, saem soldados levando tochas que brilham na noite. Eles caminham sobre a neve em cortejo e entoam uma conhecida canção de natal. 

Nas fileiras francesas há um momento de expectativa. Os soldados observam os alemães que se aproximam e ficam indecisos se devem ou não atirar. Quando se dão conta, o cortejo já está a poucos passos. Entendem tudo em um relance, saem sem medo de seus postos e abraçam comovidos os soldados alemães. 

Era noite de natal! 

Reunidos em baixo de um bosque de pinheiros, aqueles homens que instantes atrás tinham dado provas de heroísmo e de virtudes militares, recordaram-se dos seus antigos natais dos tempos de menino. 

Um grupo conversa sobre São Nicolau, o legendário São Nicolau que enchia a imaginação das crianças... Alguns soldados alemãs lembram de suas aldeiazinhas montanhosas cobertas de neve. 

No dia 6 de dezembro, as famílias reuniam-se na noite em preparação para o Natal. Todos se sentavam em volta das mesas cheias de bolos, doces, frutas perfumadas... o ambiente iluminado à luz de muitas velas era de grande recolhimento, de uma alegria discreta e séria, ao lado do presépio. Perto da lareira brilhava uma linda árvore de Natal. Fora de casa, a neve caia lentamente em leves flocos. 

Em determinado momento, o rosto das crianças se iluminava... Ao longe se ouvia um bimbalhar de sinos e um tropel de animais em marcha. As crianças corriam para a janela e encostavam o narizinho no vidro. Viam, na curva do caminho, um trenó dourado puxado por quatro renas, nele estava sentado pomposamente um bispo de longa barba branca. Era São Nicolau, ele estava todo paramentado. Na mão direita trazia um báculo de ouro lavrado e, na mão esquerda, um grande livro cuja capa era de couro em alto relevo e cravejado de rubis e outras pedras preciosas. Seu criado conduzia o trenó. Ao lado do criado, encontrava-se um saco repleto de presentes até as bordas! 

Chegando, o Bispo mandava parar o trenó. O criado tomava o saco e batia na porta da casa. O dono vinha recebê-los com a alegria estampada no rosto e em atitude de grande respeito e veneração. O alto porte do prelado, sua longa barba branca, Mitra e o báculo que trazia, tudo isso lhe conferia um ar de solenidade que se entremeava com a afabilidade da fisionomia e a doçura do olhar. Ele sorria para as crianças, erguia depois a mão de modo solene e traçava o sinal da cruz abençoando a todos! 

O ancião dirigia-se às crianças com ternura. A uma pedia que cantasse uma canção de Natal, a outra, que recitasse uma poesia. A uma terceira, que rezasse uma oração. E todas as crianças, que viviam sua fase de inocência e estavam abertas para o maravilhoso e o sobrenatural, percebiam que aqueles homens eram pessoas que haviam descido dos céus. Realidade para todos nós católicos e para as almas verdadeiramente inocentes. 

Dando-se por satisfeito, o respeitado visitante abria então o grande livro, o Livro de Ouro! Nele havia sido registrado, durante o ano, o comportamento das crianças. Após consultá-lo, o bispo chamava uma por uma cada criança. A algumas ele dava bolo, doces, bombons e frutas como presente, pois elas haviam sido bem comportadas. 

A outras, porém, ele as colocava sentadas em seu joelho. Afável, mais serio, repreendia o mal comportamento que tiveram, fazia prometerem emenda. Caso contrario, no próximo ano, mandaria seu criado aplicar um bom castigo. Às mais especialmente insubordinadas, ele ameaçava colocar dentro do saco e levá-las caso não se corrigissem. 

Assim, São Nicolau ia de casa em casa dando bons conselhos, presentes e também reprimendas. Nas casas em que ele não podia passar, deixava presentes nos sapatos postos do lado de fora da janela, À ninguém o ancião esquecia! 

Depois destas recordações, os soldados alemãs despediram-se dos franceses. 

Comemoraram juntos o Natal. Agora, deviam voltar para suas trincheiras! Comovidos, os franceses viram formar-se o mesmo cortejo e os alemãs se afastaram pouco a pouco... deixando na neve a marca de seus passos. 

E o som da maravilhosa canção cortou novamente o campo de batalha, cada vez mais distantes.. e o silêncio acabou por se fazer no front, deixando nas almas o eco daquela canção!


Fonte:Lucas Live
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sábado, 29 de novembro de 2014

O Dinheiro Não Traz Felicidade

Reprodução Web

Era uma vez um homem que vivia do comércio. O homem andava de um lado para o outro a vender os seus produtos.
    Naquele dia, ele não vendeu nada e voltou para casa. No caminho de volta, ele olhou para o horizonte e viu uma estrela muito brilhante e grande. chegou a casa e sentiu uma irresistível vontade de seguir a estrela. Despediu-se da família e começou a sua caminhada atras da estrela. Levava pão, agua, vinho, uns bolos e dinheiro para o que fosse preciso.


    No caminho que seguiu, passou por uma cidade e lá comprou um jumento para carregar as suas coisas. Estava muito cansado.


    Passado um pouco, viu um homem rico à sua frente e este disse-lhe:
    - Já te vi aqui! Não es comerciante?


    - Sou - respondeu o homem que seguia a estrela - Mas agora não tenho nada para vender.
    - Não tens ao menos um pão? a minha criada hoje faltou e não temos pão em casa.
    - Tenho aqui um pouco - disse o comerciante - Serve?


    - Serve, sim. Toma lá esta bolsa - disse o homem rico, atirando uma bolsa para a beira do comerciante - Obrigado.
    - Obrigado, eu - disse o comerciante.


    O homem rico lá foi para casa e o comerciante abriu a bolsa e viu que estava cheia de dinheiro. Mas, no deserto, o comerciante foi assaltado e só ficou com o jumento e alguns viveres.


    Passados alguns dias, chegou a Belém. Continuou a seguir a estrela e viu uma gruta com um menino numa manjedoura e cinco pessoas: os três Reis Magos, Nossa Senhora e S. José.


    Os Reis tinham chegado havia pouco tempo e o comerciante, como não tinha mais nada para oferecer deu o jumento e pareceu-lhe que o Menino sorriu.


    Quando os Reis Magos ofereceram ouro, mirra e incenso, já não lhe pareceu ver o Menino a sorrir. E então chegou a uma conclusão:
            O dinheiro não traz felicidade.


Fonte: Cacores.ca

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FAMÍLIAS DO SUL DE MINAS Se você ou sua família tem origem no Sul de Minas, entre no site arvore net. Escolha um casal tronco. Depois entre na Lista de sobrenomes e procure o de sua família. Este site é um trabalho de pesquisa genealógica feito por Wilton Xavier Furtado e sua esposa.