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Excesso
de gordura corporal e/ou a ingestão abusiva de álcool podem
sobrecarregar o fígado, levando ao acúmulo anormal de gordura neste
órgão. O hematologista Paulo Soares, do Hospital Santa Luzia, em
Brasília, explica que este processo é mais conhecido como esteatose
hepática.
De acordo com o médico, esse é o distúrbio do fígado mais comum, sendo
diagnosticado em até 24% da população em geral. Entre os obesos, Dr.
Paulo informa que a doença atinge níveis alarmantes, de até 70%. “Essa
porcentagem pode ser ainda maior – chegando a 85% – quando se analisa
pessoas obesas que ingerem álcool em grandes quantidades”, observa.
A pesquisa Vigitel 2014, do Ministério da Saúde, revela que 50% da
população adulta do Distrito Federal está acima do peso. O hematologista
alerta que o mundo está vivendo, atualmente, uma epidemia de obesidade e
que a esteatose hepática tende a se tornar um problema grave de saúde
pública. “É geralmente a obesidade que impulsiona o armazenamento de
gordura no fígado. Ou seja, qualquer pessoa que está acima do peso é
suscetível a desenvolver a esteatose hepática”, avisa o médico.
O especialista ressalta que esta enfermidade é silenciosa. Assim, muitas
pessoas têm o distúrbio, mas não sabem. “Isso porque não há sintomas
nas fases iniciais, antes que ocorram complicações potencialmente mais
graves”, comenta. O hematologista adverte que não há tratamento
específico e eficaz para essa patologia. Ou seja, a prevenção é de fato o
melhor caminho.
“A pessoa deve, basicamente, controlar o peso e a quantidade de gordura
corporal. Além disso, é indicado praticar atividades físicas
regularmente e manter uma dieta balanceada. Se o paciente apresentar
diabetes ou elevação do colesterol, é necessário um controle dessas
doenças, para evitar o desenvolvimento de esteatose hepática. Outro
ponto importante na prevenção é evitar o consumo excessivo de álcool,
hábito também relacionado a uma maior incidência desse problema”,
recomenda.
O hematologista afirma que esse acúmulo de gordura é detectado por meio
da ecografia. “Em casos estritamente necessários, o diagnóstico pode ser
confirmado por biópsia hepática”, esclarece. Ele acrescenta que, se não
controlada, a enfermidade pode progredir para graus mais severos e
levar à morte. “Há uma porcentagem de até 20% que evolui para
esteato-hepatite, uma condição de inflamação crônica no fígado. Quando
não tratada, essa inflamação pode avançar para cirrose hepática, o que
pode ocasionar o óbito do paciente” finaliza Dr. Paulo.
Fonte: Espaço Saúde da Mulher
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