AVC: conheça essa doença

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças mais letais do mundo e a primeira causa de mortes registradas no Brasil, onde cerca de 100 mil pessoas morrem por ano devido à doença. Apesar dessa estatística, a taxa de mortalidade por AVC na faixa etária até 70 anos de idade reduziu 32,6% entre 2000 e 2010. Além disso, no período de janeiro de 2000 a outubro de 2012, o Brasil conseguiu reduzir em 26% o número de internações por causa do AVC entre pessoas de 15 a 34 anos de idade.

Foto: Corbis Images

Mas você sabe o que é essa doença e como evitá-la? Então, aproveite o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), nesta terça-feira (29), para conferir as informações do Blog da Saúde.

Popularmente conhecido como derrame, o AVC atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. A doença ocorre devido à alteração na circulação cerebral. No AVC isquêmico (85% dos casos de AVC), há a obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, geralmente por placas de gordura, levando à diminuição da circulação em determinada região do cérebro. No hemorrágico, acontece a ruptura de um vaso sanguíneo, com sangramento dentro do cérebro.

Os sintomas mais comuns do Acidente Vascular Cerebral são a perda de força muscular de um lado do corpo, fala enrolada, desvio da boca para um lado do rosto, sensação de formigamento no braço, dores de cabeça súbita ou intensa, tontura, náusea e vômito. Em casos de identificação desses sinais, o Ministério da Saúde recomenda a chamada urgente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), pelo número 192, pois o rápido atendimento pode minimizar o risco de morte ou sequelas.

Os principais fatores de risco são o diabetes, o colesterol elevado, o tabagismo, a hipertensão e a fibrilação atrial. Por isso, é preciso adotar hábitos saudáveis com uma alimentação adequada, prática de exercícios físicos, além de uma atenção redobrada para evitar o consumo abusivo do sal, que está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares. A recomendação de consumo máximo diário de sal pelaOrganização Mundial de Saúde (OMS) é de menos de cinco gramas por pessoa. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela, no entanto, que o consumo do brasileiro está em 12 gramas diários, valor que ultrapassa o dobro do recomendado. Se o consumo de sódio for reduzido para a recomendação diária da OMS, os óbitos por acidentes vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10%.

Jovens – Apesar de acometer mais frequentemente pessoas acima de 60 anos, o AVC pode ocorrer em qualquer idade, inclusive nas crianças. O índice da doença entre os jovens vem aumentando e, atualmente, 10% de todos os incidentes acontecem entre pessoas com menos de 45 anos. Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostra que entre os anos 2000 e 2010, mais de 62 mil pessoas com menos de 45 anos morreram em decorrência de um derrame no País. E de 2000 até setembro de 2012, quase 180 mil pessoas com essa idade foram internadas nos hospitais do Sistema Único de Saúde. O AVC isquêmico está mais ligado aos idosos, mas a forma hemorrágica da doença é mais comum em jovens.

O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, destaca a influência dos hábitos dos jovens de hoje com a antecipação dos derrames. “Essa é uma tendência mundial. O aumento da presença dos chamados fatores de risco: obesidade, hipertensão, diabetes, sedentarismo, tabagismo, esses hábitos de vida que não são saudáveis têm levado ao aumento de AVC no mundo todo. Então essa antecipação nas faixas etárias se deve muito a isso. Mas o que a gente pode fazer cada vez mais é prevenção dos fatores de risco”, explica o secretário.

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Cuidado – Diante do cenário do AVC no Brasil, o Ministério da Saúde elaborou a “linha de cuidado ao AVC” na rede atenção às urgências, que é um documento que serve como base de orientação para os Estados e municípios organizarem seus atendimentos. Este é um programa completo de prevenção, tratamento e reabilitação, englobando o atendimento naatenção básica, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), SAMU, serviços de urgência hospitalar, hospitalização e reabilitação.

Além da linha de cuidado, o Ministério da Saúde criou, em fevereiro de 2011, o programa Saúde Não Tem Preço que tem garantido acesso gratuito da população brasileira que sofre com hipertensão ou diabetes aos medicamentos para o tratamento destas doenças pela rede Aqui Tem Farmácia Popular. Essa ação tem impactado diretamente na redução dos casos de AVC no País.

“Na Camapanha Mundial do AVC em 2012, o Ministério da Saúde foi premiado com a melhor campanha em todo o mundo de prevenção ao AVC. No Dia Mundial do AVC é fundamental que a gente tenha essa orientação a todos. Hoje o AVC tem um cuidado especializado dentro do Sistema Único de Saúde”, conta o coordenador geral de média e alta complexidade do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin.

Academia da Saúde – Esta é uma ação importante do Ministério da Saúde para a prevenção de doenças e promoção da saúde. Além de estimular a prática de atividades físicas, a população recebe também orientações dos profissionais na educação alimentar e nutricional.

O Programa Academia da Saúde estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividade física, oficinas de artes cênicas, dança, palestras e demais atividades que promovam modos de vida saudáveis.

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